29 de abr. de 2016

Só a bailarina que não tem...

 Uma das coisas de maior valor na minha vida foi ter conhecido os palcos. Foi ter conhecido os palcos de cima dele, vendo os refletores, procurando os meus amigos e minha família no meio da platéia, me concentrando em uma janelinha pra não olhar pra baixo.

Uma das coisas de maior valor na minha vida foi ter participado de uma companhia de dança. Foi por ter participado de corpo e alma, de ter perdido festinhas pra ensaiar, de acordar com o corpo todo doendo, de repetir mil vezes a mesma sequência pra ficar cada vez melhor.

Uma das coisas de maior valor na minha vida foi ter sido bailarina. Foi de ter sido a melhor bailarina que eu pude, mesmo sem ter a perna mais alta da turma, mesmo sem saber milhares de saltos. Foi ter sido bailarina e aprendido sobre disciplina, persistência e cooperação, de ter aprendido que a vontade leva você pra onde quiser e os movimentos não são apenas sequenciados pelo 5 6 7 8 de uma contagem e sim pelo 5 6 7 8 da batida do seu coração.

Feliz dia da Dança.

































Beijos e até o próximo post.

15 de abr. de 2016

ESPELHO

Irmãos são cúmplices. Conhecedores do olhar, da alma, da calma, perceptores das aflições, dos medos, das dúvidas, gestores do amor. São como dois lados do espelho, que refletem os traços, os sorrisos e os gestos, carregados do amor de seus pais e ao mesmo tempo diferem na alma cada sentimento, cada vontade, cada sonho, cada medo. Se conhecem do toque, do choro, do cheiro, da gargalhada e ao mesmo tempo tentam esconder de si mesmo cada insegurança. Divisores de uma mesma barriga, de um mesmo colo, de um mesmo abraço, dividem brigas que nem sabem como começaram, dividem brigas por amor. Por amor às suas diferenças, por amor a cada qualidade e a cada defeito espelhado, amor a cada mania compartilhada e a cada pessoa compartilhada. Amor a cumplicidade, a lealdade e a fidelidade, amor ao formar com outro um só ser. O ser irmão.




















Beijos e até o próximo post.

12 de jan. de 2016

14 anos

Às vezes me perco no tempo, e não consigo entender quanto tempo tem. O tempo que passou o tempo que estar por vir, o tempo agora, que acabou de passar... O segundo se passa num piscar de olhos, literalmente, e ao abrir, fechar, abrir fechar... O tempo já se foi. O segundo é pouco, o minuto também, as horas parecem lentas, mas não param de passar. E o tempo nos leva, sem nos esperar, sem se importar, sem nos dar o tempo de pensar quanto tempo o tempo tem.

Estranho envelhecer e ver as pessoas envelhecendo também. Os anos passam de pressa e você lembra de tudo "como se fosse ontem". O mais estranho em crescer é aceitar que aqueles que nasceram depois de você também crescerão. Como não lembrar de uma menina, pequenininha, do olho claro, que apesar do meu tamanho eu já pegava no colo? Como esquecer as palavras que falava errado, a maneira de chorar sem sair uma lágrima do olho, o amor pelos animais e como nadava com liberdade, como se já tivesse nascido peixe? Como aceitar que ela cresceu?

Brendha, 14 anos, uma mente que ainda não decidiu se quer crescer, se quer ser criança. Uma menina doce que quer viver tudo na maior intensidade possível e não se importa em ser transparente com tudo que sente. Quer namorar, mas não esconde gostar de brincadeiras, quer ser gente grande mas mergulha nos seus sonhos de abraçar o galã da série preferida, quer ser mulher sem deixar de ser menina, quer ser igual todas suas amigas, mas não sabe o quão lindo é ser única, como única Brendha que ela é.














Que os seus dias sejam iluminados e as coisas boas prevaleçam. 


Por hoje é isto. Beijos e até o próximo post.